Doença de Alzheimer - O que é importante saber
22/02/2023
Uma doença degenerativa que impede até o reconhecimento dos familiares mais próximos. Estamos falando da Doença de Alzheimer, o tipo mais comum de demência e que é caracterizada pela perda de memória recente, entre outros danos cognitivos.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhões de brasileiros vivem com o Alzheimer e 100 mil novos casos são diagnosticados anualmente. No âmbito mundial, as estimativas são de que, em 2030, mais de 74 milhões de pessoas tenham a doença. Enquanto isso, em 2050, serão 131 milhões, de acordo com a entidade Alzheimer’s Disease International.
O motivo desses dados envolve o envelhecimento natural da população. Afinal, o Alzheimer é mais frequente a partir dos 65 anos de idade, como nos explicou a médica neurologista da Clínica MedPaz, Dra. Izzys Martins.
Conversamos com a Dra. Izzys para entender sobre o Alzheimer, o que fazer para evitá-lo e como ajudar os pacientes e os familiares acometidos com essa doença. Confira abaixo as informações!
O que é a Doença de Alzheimer?
Segundo o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.
A Dra. Izzys Martins comenta que o Alzheimer se instala com a ocorrência de processamento errado de certas proteínas do sistema nervoso central, que fazem surgir fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles, e que a consequência dessa toxicidade é a perda progressiva de neurônios em algumas regiões do cérebro, a exemplo do hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, que é essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.
Embora a causa da Doença de Alzheimer ainda seja considerada desconhecida, existe a crença de que tenha origem geneticamente determinada. Esta doença é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas com mais de 65 anos de idade, e é considerada responsável por mais da metade dos casos de demência nessa população, mas também existe o Alzheimer precoce, que aparece antes dessa idade.
Conforme é comum nas doenças degenerativas, o Alzheimer também apresenta progressão no decorrer do tempo, normalmente classificada em quatro fases:
- Primeira – alterações na memória, cognição espacial e mudanças na personalidade;
- Segunda – dificuldades para realizar tarefas simples e conversar, podendo apresentar maior agitação e insônia;
- Terceira – incontinência urinária e fecal, com dificuldades de movimentos;
- Quarta – o paciente fica restrito ao leito e não consegue mais conversar.
É perceptível que o Alzheimer é uma doença grave, que pode trazer muitas limitações aos pacientes, e em razão disto é importante que as pessoas saibam reconhecer seus sintomas rapidamente para poder propiciar ajuda médica inclusive aos familiares que vierem a necessitar.
Quais são os sinais do Alzheimer?
A médica neurologista Dra. Izzys Martins relacionou os principais sinais de alerta do surgimento do Alzheimer:
- Esquecimento de fatos recentes com frequência (por exemplo: não saber se almoçou ou o que comeu);
- Repetição de perguntas;
- Dificuldade em solucionar problemas;
- Dificuldade de memorização de coisas novas;
- Dificuldades para realizar tarefas cotidianas e para se expressar;
- Alteração de comportamento (irritabilidade, agressividade e desconfiança sem justificativa);
- Isolamento.
Buscando trazer informações para seus colaboradores e familiares, bem como para as demais pessoas que tenham interesse em saber mais sobre a Doença de Alzheimer, a Paz Universal convidou a médica neurologista, Dra. Izzys Martins, para proferir uma palestra acerca do tema, como forma de participar da campanha “Fevereiro Roxo” e com o objetivo de estimular a conscientização sobre a Doença de Alzheimer. A palestra ocorrerá em 24/02/2023, às 7:30h, no auditório da Paz Universal de Goiânia, e está aberta também à comunidade goianiense e aparecidense que deseje assisti-la, mediante confirmação prévia pelo número (62) 3233-7847.
É salutar lembrar que a campanha anual “Fevereiro Roxo” tradicionalmente faz parte das importantes medidas do Ministério da Saúde em relação às doenças de lúpus, fibromialgia e doença de Alzheimer, cujas enfermidades têm em comum o fato de não possuírem cura, mas, com o acompanhamento multiprofissional, é possível fornecer qualidade de vida para quem lida com elas.
Como diferenciar o Alzheimer do esquecimento comum?
A neurologista Dra. Izzys comentou ainda que é normal para o ser humano esquecer alguns fatos e tarefas, principalmente com o processo de envelhecimento, e quando isto ocorre geralmente as pessoas ficam com muitas dúvidas, se perguntando se o caso seria sintoma de Alzheimer ou não. Os idosos, naturalmente, podem vivenciar as seguintes situações:
- Esquecer onde colocou objetos, mas lembrar o caminho feito enquanto estava com ele;
- Mudanças de humor, causadas por um evento específico;
- Esquecer uma palavra, mas repentinamente ela volta à mente;
- Não lembrar nomes de pessoas que não encontra há muito tempo;
- Vivenciar dias mais cansativos e querer ficar sozinho;
- Principalmente entre os idosos, dificuldades com algumas tarefas que antes eram normais.
A Dra. Izzys arremata que a ocorrência dos sintomas acima não significa necessariamente que a pessoa esteja com Alzheimer, mas recomenda consultar o médico, mesmo que os esquecimentos sejam leves. O profissional pode indicar algumas práticas, criação de hábitos ou estratégias que irão facilitar a lida com essas ocorrências.
Quais são os fatores de risco e como prevenir o desenvolvimento da Doença de Alzheimer?
A Dra. Izzys Martins comenta que ainda não existe formas de se prever se alguém irá desenvolver o Alzheimer, entretanto, informou que a ciência identifica alguns fatores de risco: “Todos os fatores que causam doenças cardiovasculares também podem estar relacionados com um maior risco de desenvolvimento de Alzheimer e outras demências, incluindo tabagismo, obesidade, diabetes, colesterol alto e hipertensão na meia-idade, além do sedentarismo”, acrescentou ela.
Ainda, comentou que a idade e o grau de escolaridade também são fatores que aumentam o risco, embora exista uma grande quantidade de pessoas que desenvolve a doença precocemente (antes de 65 anos de idade). A escolaridade menor é considerada como fator de risco porque em geral, nestes casos, a estimulação cerebral vivenciada pela pessoa é menor, pois pessoas com maior nível de escolaridade geralmente executam atividades intelectuais mais complexas, que oferecem uma maior quantidade de estímulos cerebrais.
Coisas simples como fazer palavras cruzadas e atividades caça-palavras são atividades recomendadas para manter a mente ativa, pois quanto maior é a estimulação cerebral de uma pessoa maior será a quantidade de conexões criadas entre as células nervosas (neurônios), aumentando a possibilidade de melhor contornar as lesões cerebrais e consequentemente retardar os sintomas de demência. Por isso, uma forma de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida.
O Ministério da Saúde recomenda as seguintes atividades como as principais formas de prevenir o Alzheimer: estudar, ler e manter a mente sempre ativa; fazer exercícios de aritmética; participar de jogos inteligentes e atividades em grupo; não fumar e não consumir bebida alcoólica; ter alimentação saudável e regrada e praticar exercícios físicos regularmente.
É possível desacelerar o Alzheimer?
Infelizmente, essa doença não tem cura e costuma evoluir entre um e oito anos após o aparecimento, como nos esclareceu a neurologista Dra. Izzys. Todavia, isto não significa que o paciente não pode ter qualidade de vida.
Com alguns cuidados, é possível retardar um pouco a neurodegeneração e melhorar o bem-estar do paciente. Por exemplo, promover atividades mentais diversas (jogos de cognição são ótimas opções), praticar atividades físicas, controlar as comorbidades (diabetes e as outras enfermidades), praticar atividades físicas, dormir bem e manter boas relações sociais.
É interessante observar que essas mesmas recomendações valem também para quem não tem Alzheimer, mas busca se prevenir e ter qualidade de vida. “Os estudos mostram que é possível reduzir o risco de desenvolver a doença ou, pelo menos, postergar o aparecimento dos sintomas, por meio de um estilo de vida mais saudável”, resumiu Dra. Izzys Martins.
O melhor remédio é o apoio da família!
Os médicos podem prescrever remédios e atividades diversas para desacelerar o avanço do Alzheimer, entretanto, nenhuma substância melhora mais a qualidade de vida do paciente do que o apoio da própria família. Nestas situações é necessário que os familiares tenham paciência para entender que a pessoa com a doença irá perguntar a mesma coisa várias vezes, não conseguirá fazer tarefas simples e também poderá se mostrar mais agressiva.
Além disso, a resiliência e serenidade são necessárias para os momentos dolorosos em que o paciente não reconhece as pessoas amadas e se “ausenta” mesmo em vida.
Portanto, informações de qualidade e acompanhamento profissional, inclusive na área da saúde mental, são essenciais para que todos enfrentem esse grande desafio que é o Alzheimer.
A identificação de fatores de risco e do Alzheimer em seu estágio inicial e o encaminhamento rápido e adequado para o atendimento especializado propiciam ao paciente a oportunidade de um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.
Com essa visão de prevenção e qualidade de vida, a Clínica MedPaz, do Grupo Paz Universal, disponibiliza atendimento com renomados médicos neurologistas e de multiespecialidades, visando propiciar aos pacientes as melhores condições para o tratamento humanizado.