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BLOG GENTE DA PAZ

A origem dos principais ritos fúnebres

06/11/2024

Acredita-se que os seres humanos começaram a homenagear os falecidos há cerca de 100 mil anos, com registros desse hábito em sítios arqueológicos espalhados pelo mundo. Desde então, diferentes ritos fúnebres surgiram, de acordo com as crenças e necessidades de cada cultura. 

No Egito Antigo, por exemplo, as práticas funerárias envolviam a mumificação, assim como a construção de pirâmides e tumbas para garantir uma boa passagem para o pós-vida. Na Grécia e Roma Antiga, as pessoas celebravam festivais dedicados aos entes que partiram, como a "Lemúria", em que se ofereciam alimentos e rituais para os espíritos.

O conceito de homenagear aqueles que partiram está ligado ao respeito aos ancestrais e o desejo de preservar a memória dos entes queridos. Tais ritos evoluíram em diversas tradições ao redor do mundo, como o Dia dos Mortos no México ou o Dia de Finados em países cristãos.

Vamos conhecer mais sobre como surgiram as tradições que hoje são tão comuns nos momentos de despedida? Continue lendo e confira. 

 

Velório para confirmar o falecimento

 

A história registra que o hábito de velar um corpo surgiu na Idade Média. O motivo está no fato de que, naquela época, as pessoas usavam copos de estanho e a mistura desse material com o álcool das bebidas causava desmaios ou outros distúrbios do sono.

Portanto, o velório era utilizado para dar atenção ao corpo e comprovar que a pessoa realmente faleceu e não apenas desmaiou. 

 

Velar não é unanimidade

Apesar de ser um rito comum no Brasil, o velório não é unanimidade entre as culturas. Os judeus, por exemplo, não velam seus finados. Essa decisão se dá pela crença de que manter o corpo do outro exposto é um sinal de desrespeito.

A pessoa falecida é lavada e colocada em uma mortalha branca, chamada “tallit”. Em seguida, o sepultamento deve ser realizado o mais rápido possível, em até 24 horas após o falecimento. 

 

Enterro por saúde e respeito

 

Ainda na pré-história, os seres humanos perceberam que era necessário lidar com os corpos dos falecidos de alguma forma, especialmente por questões de saúde, para não exalar odores ou atrair animais. Assim, surgiu a tradição de enterrar. 

O respeito com o ente querido também fez parte dessa decisão, além de que a tradição começou a ser vista como um preparo para o momento pós-vida. 

Os arqueólogos já descobriram cemitérios antigos, onde os corpos eram enterrados em posições específicas, muitas vezes com objetos significativos, seja para representar quem foi aquela pessoa em vida ou para “ajudá-la” na jornada até o outro mundo. 

 

Cremação apenas para os nobres?

 

Outro rito fúnebre comum atualmente é a cremação. Porém, na Grécia Antiga, essa prática era utilizada apenas para os nobres. Já em Roma, ela se tornou uma norma, associando-a ao respeito a quem partiu. 

Durante a Idade Média, a cremação caiu em desuso na Europa, em parte devido à influência da Igreja Católica, que preferia o enterro. A prática foi revitalizada no século XIX, impulsionada pelo movimento pela saúde pública e pela necessidade de lidar com doenças contagiosas.

Uma tradição interessante e atual está na Índia, onde o hinduísmo considera a cremação uma maneira de libertar a alma do corpo e facilitar sua reencarnação. 

 

O uso de roupas pretas nos ritos fúnebres

 

Está na mentalidade ocidental o uso de roupas pretas por pessoas enlutadas. Isso é muito representado em filmes, novelas e séries. Tal tradição tem origem no Egito Antigo, em que essa cor simbolizava a terra e o renascimento, refletindo a dualidade entre a vida e a morte.

Na Europa medieval, o uso do preto como sinal de luto se consolidou. A Igreja Católica desempenhou um papel importante nesse processo, promovendo as vestes escuras durante os períodos de luto e em cerimônias religiosas relacionadas ao fim da vida.

No entanto, o branco é a cor tradicional de luto em algumas culturas asiáticas, como a chinesa e a japonesa, simbolizando pureza e renascimento.

 

As homenagens em coroas de flores

 

As flores têm significados variados em diferentes culturas, muitas vezes associadas à vida, beleza e renascimento. As coroas de flores, portanto, simbolizam a continuidade da vida e o ciclo natural da morte e do renascimento.

O uso desses adornos se fortaleceu como parte dos ritos fúnebres no século XIX. Eles começaram a ser escolhidos por suas cores e significados específicos, refletindo emoções e memórias associadas ao falecido.

 

Para além dos ritos fúnebres: ter um plano funerário também é sinal de respeito pela vida

 

Como você percebeu, cada cultura possui seus próprios ritos fúnebres, mas todas prezam pelo extremo respeito a quem partiu. 

Atualmente, outra ação que demonstra respeito pela vida é ter um plano funerário. Trata-se de um cuidado que gera amparo e acolhimento nos momentos de dor, sem que os familiares precisem se preocupar com questões burocráticas e despesas.

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